"Vamos desenvolver uma estratégia de concessão de crédito ao consumo"
Quais as principais novidades do novo plano estratégico da Unicre?
É um plano estratégico para três anos, que assenta em três eixos: cartões, comerciantes e crédito. O primeiro é o tradicional, os cartões. Temos 33 anos de experiência na emissão de cartões, num quadro de elevada concorrência. Vamos dar passos em três áreas de mercado: o choice card, o cartão que acompanha as pessoas por escolha e não porque tenha uma ligação directa ao seu banco (cultura, viagens, bem-estar). A segunda área são os cartões de nicho de mercado. E vamos apostar em cartões que enquadrem parcerias com comerciantes. Queremos recolocar a Unicre como referência nas soluções de pagamento.
Como alcançarão esse objectivo?
Obriga a um trabalho novo com os comerciantes, de parceria (o segundo eixo), que detecte as necessidades da procura e encontre as soluções de pagamento mais adequadas para os comerciantes, na inovação, na costumização e na eficiência. Isto tudo tem de funcionar com crédito (o terceiro eixo). Queremos aprofundar a nossa actividade na área do crédito.
Que tipo de crédito?
Vamos procurar ajustar um conceito de aquisição responsável. Queremos apostar no crédito à aquisição concreta e específica, e nesse sentido, com a nossa base de clientes, desenvolver uma estratégia de concessão de crédito ao consumo.
Como é concedido o crédito? Através de um cartão?
Não necessariamente. Não são estratégias de consumo baseadas em crédito indirecto. Gostamos de conhecer os nossos clientes, do ponto de vista transaccional, e oferecer-lhes condições de crédito mais ajustadas às suas necessidades.
Portanto, são linhas de crédito...
Sim, para aquisições definidas, com parcerias com comerciantes. Vamos conciliar a aproximação entre cartões, crédito e comerciantes.
É um crédito com limite?
É uma linha lateral que implica a concessão de um crédito autónomo ao cartão. Pode chegar aos dez mil euros, ou mais, sem qualquer inconveniente, depende do cliente. Temos 220 mil clientes do cartão Unibanco.
O Unibanco perdeu muitos clientes para a concorrência?
Não, mantemos uma quota de 8% nos cartões de crédito, que é adequada, mas pretendemos crescer. O mercado português de cartões de crédito tem espaço para crescer.
Tem metas para estes três anos?
O objectivo é, antes de mais, criar valor para os accionistas, clientes e colaboradores. Estamos num mercado concorrencial e vamos apostar em nichos de mercado que se podem desenvolver. As metas são um crescimento de resultados em três anos que esperamos na ordem dos 33%, acima dos 10% ao ano, e que isso se reflicta num crescimento de cerca de 50% no valor da Unicre.
Quanto à quota, tem objectivos?
Pretendemos mantê-la entre os 8 e os 10%, o que nos colocará entre os seis maiores operadores de cartões de crédito em Portugal.
Vai haver algum relançamento ou mudança de imagem?
Temos duas marcas significativamente fortes: o Unibanco, para os cartões, e a Redunicre, para os comerciantes. Os estudos que estamos a afectar dirão o que faremos, mas o nosso orçamento de marketing será de sete milhões de euros por ano.